
Representantes da Vale, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), judiciário, vereadores e a comissão dos moradores da “Área do Linhão” estiveram reunidos na manhã dessa sexta-feira, 26, na Câmara Municipal de Parauapebas, para deliberar sobre a situação dos ocupantes da área.
A região que ficou conhecida como “Área do Linhão” abrange três bairros, Tropical I e II e ainda o Ipiranga. Nesse trecho há cabos de alta tensão, embaixo dos quais foram construídas casas. De acordo com os próprios moradores, cerca de 900 famílias moram nesse perímetro. O soldador Romário Cardoso é um deles. Ele conta que parte das famílias que estão lá, foram assentadas pela própria prefeitura e há outras que ocuparam por conta própria, pois não tinham condições de obter moradia em outro local.
Na quinta-feira, 25, foi realizada uma outra reunião com representantes da Vale e da Secretaria Municipal de Habitação, que resultou na suspensão por seis meses da liminar que havia determinado a reintegração de posse da área, por parte da mineradora.
Durante a reunião dessa sexta, o advogado dos moradores do “Linhão”, Tony Araújo, apresentou três sugestões para resolução do problema: “A primeira seria a Vale retirar os linhões dos loteamentos e a prefeitura regularizaria a área. A segunda, que a prefeitura comprasse lotes vagos existentes nesses loteamentos, fora da área de risco e assentasse as famílias ou, a mineradora e o município poderiam adquirir uma outra área, urbanizar e assentar essas famílias”.
Juiz titular da 3ª Vara Criminal de Parauapebas, Líbio Araújo, falou da necessidade de ser realizado um levantamento para cadastrar as famílias que realmente precisam.

O presidente da Câmara, Josineto Feitosa, se comprometeu em encaminhar um ofício para a prefeitura, solicitando a apresentação do cadastro das famílias do “Linhão” dentro de 90 dias. A ideia é agilizar o processo, já que segundo a comissão dos moradores, a Secretaria de Habitação se comprometeu a realizar esse cadastro, mas não estabeleceu prazo.
“Nós não podemos esperar, nosso caso é de urgência porque estamos em uma área de risco. A qualquer hora um fio de alta tensão pode cair sobre as nossas casas e vitimar muitas pessoas”, destacou Romário.
Uma nova reunião ficou agendada para o dia 26 de novembro, para avaliar a realização do cadastramento dos moradores.

Estiveram presentes também na reunião os vereadores Bruno Soares (PP), Francisco Pavão, João do Feijão, Ivanaldo Braz, Odilon Rocha ambos do Solidariedade e Irmã Luzinete (PV), o presidente da OAB Subseção de Parauapebas, Jackson Silva e o Secretário Municipal de Segurança Institucional, Hipólito Gomes.
Nayara Cristina/ASCOM-CMP